Publicado em:
22/12/2023
Recentemente, tem circulado a informação de que diabéticos estão enfrentando dificuldades para obter o medicamento Ozempic® devido à sua popularização como uma tendência de perda de peso no aplicativo TikTok e outras redes sociais. Isso decorre da divulgação de que pessoas sem diabetes estariam usando a semaglutida (substância ativa do Ozempic®) off-label para auxiliar na redução de peso.
Embora o Ozempic® de fato possa causar a perda de peso como um efeito colateral - devido à sua ação de suprimir o apetite e retardar o esvaziamento gástrico - seu uso principal é para melhorar o controle glicêmico em adultos com diabetes tipo 2. No entanto, quando indivíduos sem diabetes usam o medicamento para fins de emagrecimento, isso pode criar uma demanda extra que extrapola sua indicação original.
O aumento off-label do uso de Ozempic® pode contribuir para a escassez do medicamento nas farmácias, afetando pacientes diabéticos que dependem dessa medicação como parte de seu tratamento prescrito. Com o aumento da demanda e a possível escassez, os pacientes diabéticos podem enfrentar dificuldades para manter seus regimes de controle da glicemia.
O uso de Ozempic® por pessoas não-diabéticas para perder peso pode trazer riscos à saúde. Sem supervisão médica, o uso off-label pode levar a hipoglicemia (baixos níveis de açúcar no sangue) e outros efeitos colaterais graves, incluindo danos potenciais ao pâncreas.
Profissionais de saúde e sociedades médicas podem responder a essa tendência fornecendo educação e conscientização sobre o uso apropriado de medicamentos prescritos, como o Ozempic®, e seus potenciais riscos quando usados fora das indicações aprovadas.
É vital que tendências virais não desviem medicamentos críticos para longe dos pacientes que realmente necessitam deles. O Ozempic® é uma medicação importante no manejo do diabetes tipo 2 e seu uso deve ser reservado para pacientes que o têm prescrito de acordo com as diretrizes médicas. A escassez criada pelo uso off-label pode ter sérias implicações para a saúde pública e destaca a necessidade de educação sobre o uso responsável de medicamentos prescritos. Pacientes afetados devem entrar em contato com seu médico para avaliar alternativas terapêuticas ou soluções para a continuidade do tratamento.