Alimentação saudável

10 alimentos que podem causar aumento de gases

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Escrito por:
Eduardo Rauen

Publicado em:

21/3/2024

Atualizado em:
7/7/2025
Feijao

A produção de gases intestinais é um processo fisiológico normal que afeta todas as pessoas, mas alguns alimentos que causam gases podem intensificar significativamente este fenômeno, gerando desconforto e constrangimento social. Compreender quais alimentos têm maior potencial de causar flatulência e conhecer estratégias para minimizar esses efeitos é fundamental para manter o bem-estar digestivo sem abrir mão de uma alimentação nutritiva e equilibrada.

Destaques do artigo

  • Leguminosas são os principais causadores de gases devido aos oligossacarídeos não digeríveis
  • Vegetais crucíferos contêm sulfatos que intensificam tanto a quantidade quanto o odor dos gases
  • Intolerância à lactose afeta 65% da população mundial e causa gases significativos
  • Adoçantes artificiais podem provocar gases mais intensos que açúcares naturais
  • Bebidas carbonatadas introduzem CO2 diretamente no sistema digestivo
  • Estratégias simples podem reduzir drasticamente a produção de gases sem eliminar alimentos nutritivos

Como se formam os gases intestinais

A formação de gases intestinais é um processo complexo que envolve múltiplos mecanismos fisiológicos. Durante a digestão normal, engolimos aproximadamente 2-3 litros de ar por dia, que contém principalmente nitrogênio e oxigênio. Parte desse ar é absorvida pela corrente sanguínea, mas uma porção significativa precisa ser eliminada.

O componente mais problemático da produção de gases ocorre no intestino grosso, onde bactérias benéficas fermentam carboidratos não digeridos que chegam do intestino delgado. Este processo de fermentação produz hidrogênio, metano, dióxido de carbono e compostos sulfurados, resultando na mistura gasosa que conhecemos como flatulência.

A microbiota intestinal de cada pessoa é única, explicando por que o mesmo alimento pode afetar indivíduos de forma diferente. Algumas pessoas possuem mais bactérias produtoras de metano, enquanto outras têm predominância de espécies que produzem hidrogênio. Esta variação individual torna a resposta aos alimentos altamente personalizada.

Fatores como velocidade de trânsito intestinal, pH do cólon, composição da microbiota e capacidade de absorção de gases também influenciam a quantidade e frequência da eliminação gasosa. Por isso, o mesmo alimento pode causar desconforto intenso em uma pessoa e passar despercebido em outra.

1. Leguminosas: os maiores vilões dos gases

As leguminosas encabeçam a lista de alimentos que causam gases devido à presença de oligossacarídeos complexos, principalmente rafinose, estaquiose e verbascose. Estes açúcares não são quebrados pelas enzimas digestivas humanas, chegando intactos ao intestino grosso onde são fermentados pelas bactérias residentes.

Feijões de todos os tipos (preto, carioca, branco, fradinho) são especialmente problemáticos. Uma porção de 100g de feijão cozido pode conter 3-5g de oligossacarídeos, quantidade suficiente para causar desconforto significativo em pessoas sensíveis. O feijão preto e o feijão lima são considerados os mais gasogênicos da família.

Lentilhas e grão-de-bico, embora ligeiramente menos problemáticos que os feijões, ainda contêm quantidades substanciais destes açúcares fermentáveis. A vantagem das lentilhas é que cozinham mais rapidamente, o que pode reduzir parcialmente o conteúdo de oligossacarídeos.

A soja e seus derivados (tofu, tempeh, leite de soja) também podem causar gases, especialmente em pessoas não habituadas ao consumo regular. Paradoxalmente, o consumo regular e gradual de leguminosas pode reduzir a produção de gases ao longo do tempo, conforme a microbiota se adapta.

Estratégias para reduzir gases das leguminosas:

  • Deixar de molho por 12-24 horas antes do cozimento
  • Trocar a água do molho 2-3 vezes durante o processo
  • Adicionar bicarbonato de sódio na água do molho (1 colher de chá por xícara)
  • Cozinhar completamente até ficarem bem macias
  • Começar com porções pequenas e aumentar gradualmente
  • Combinar com ervas carminativas (louro, cominho, erva-doce)
  • Consumir enzimas digestivas específicas (alfa-galactosidase)

O descarte da água de cozimento e o enxágue após cozimento também podem reduzir significativamente o potencial gasogênico, embora resulte em pequena perda de nutrientes solúveis.

2. Vegetais crucíferos: fibras e sulfatos problemáticos

Os vegetais crucíferos representam uma categoria especialmente desafiadora para pessoas sensíveis a gases, não apenas pela quantidade produzida, mas também pelo odor característico devido aos compostos sulfurados presentes. Brócolis, couve-flor, repolho, couve-de-bruxelas, couve e rúcula contêm rafinose e altos níveis de fibras insolúveis.

O brócolis é particularmente problemático devido à combinação de oligossacarídeos, fibras e glucosinolatos (compostos sulfurados). Uma porção média pode conter 2-3g de rafinose, além de fibras que fermentam lentamente no cólon. Os glucosinolatos, responsáveis pelo sabor característico, também contribuem para o odor forte dos gases produzidos.

A couve-flor apresenta perfil similar ao brócolis, mas algumas pessoas a toleram melhor quando cozida no vapor ou refogada. O repolho, especialmente quando consumido cru em saladas ou em preparações fermentadas como chucrute, pode ser especialmente gasogênico devido à alta concentração de açúcares fermentáveis.

A couve-de-bruxelas é frequentemente citada como o vegetal mais problemático desta categoria. Seu alto conteúdo de rafinose, combinado com fibras resistentes, cria condições ideais para fermentação intensa no cólon.

Métodos de preparo que reduzem gases:

  • Cozinhar no vapor por tempo adequado (não muito al dente)
  • Refogar com especiarias carminativas (gengibre, cúrcuma)
  • Fermentar parcialmente (como no chucrute bem fermentado)
  • Combinar com proteínas para retardar o trânsito intestinal
  • Evitar consumo cru em grandes quantidades
  • Começar com porções pequenas para adaptação gradual

3. Alimentos ricos em frutose: açúcares problemáticos

A frutose é um açúcar natural presente em muitas frutas que pode causar gases significativos, especialmente em pessoas com má absorção de frutose ou quando consumida em quantidades elevadas. Diferentemente da glicose, a frutose tem capacidade limitada de absorção no intestino delgado.

Maçãs são uma das frutas mais problemáticas, contendo tanto frutose livre quanto sorbitol, um álcool de açúcar. Uma maçã média pode conter 6-8g de frutose e 1-2g de sorbitol, combinação que frequentemente causa desconforto digestivo. Peras seguem padrão similar, com alto conteúdo de frutose e sorbitol.

Mangas são ricas em frutose livre e podem ser problemáticas quando consumidas em grandes quantidades. Outras frutas como cerejas, uvas e frutas secas (especialmente tâmaras e passas) também concentram açúcares fermentáveis que podem causar gases.

Adoçantes naturais como mel, agave e xarope de milho rico em frutose são fontes concentradas deste açúcar. O mel pode conter 40-50% de frutose, enquanto o agave pode chegar a 70-80%, tornando-os potenciais causadores de gases quando usados liberalmente.

Frutas com menor potencial gasogênico:

  • Bananas maduras (mais glicose que frutose)
  • Morangos e framboesas (menor conteúdo de frutose)
  • Kiwi (enzimas que auxiliam digestão)
  • Mamão (enzimas proteolíticas)
  • Abacaxi (bromelina anti-inflamatória)
  • Melancia (alta em água, diluindo açúcares)

Estratégias para consumo de frutas:

  • Preferir frutas maduras (maior proporção glicose/frutose)
  • Consumir em porções menores e mais frequentes
  • Combinar com proteínas ou gorduras
  • Evitar sucos de frutas concentrados
  • Preferir frutas com baixo índice frutose/glicose
  • Consumir preferencialmente após refeições
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4. Produtos lácteos: a questão da lactose

A intolerância à lactose afeta aproximadamente 65% da população mundial adulta e é uma das principais causas de gases, inchaço e desconforto digestivo. A lactose é um açúcar duplo presente no leite que requer a enzima lactase para ser quebrada em glicose e galactose.

Quando a lactase é insuficiente, a lactose não digerida chega ao intestino grosso onde é fermentada por bactérias, produzindo gases, ácidos orgânicos e osmoticamente atraindo água para o intestino. Este processo resulta em gases, inchaço, diarreia e cólicas abdominais.

O leite de vaca contém aproximadamente 4-5% de lactose, enquanto produtos como sorvete e leite condensado podem ter concentrações ainda maiores devido à adição de sólidos lácteos. Queijos frescos como ricota e cottage mantêm mais lactose que queijos maturados.

Curiosamente, alguns produtos lácteos são melhor tolerados que outros. Iogurte e kefir contêm bactérias vivas que produzem lactase, ajudando na digestão da lactose. Queijos duros como parmesão, cheddar envelhecido e gouda têm muito pouca lactose devido ao processo de maturação.

Produtos lácteos por teor de lactose:

Alto teor (>4g lactose/100g):

  • Leite integral e desnatado
  • Leite condensado
  • Sorvetes cremosos
  • Ricota fresca
  • Leite em pó

Teor moderado (1-4g lactose/100g):

  • Iogurte natural
  • Cottage cheese
  • Mussarela fresca
  • Creme de leite

Baixo teor (<1g lactose/100g):

  • Queijos maturados (cheddar, gouda, parmesão)
  • Manteiga
  • Kefir bem fermentado
  • Iogurte grego coado

Alternativas para intolerantes à lactose:

  • Leites vegetais (amêndoa, aveia, coco)
  • Produtos lácteos sem lactose
  • Queijos de cabra (menor conteúdo de lactose)
  • Enzimas lactase antes do consumo
  • Probióticos para melhorar digestão

5. Cereais integrais: fibras benéficas mas gasogênicas

Os cereais integrais representam um dilema nutricional: são essenciais para uma alimentação saudável, mas podem causar gases significativos devido ao alto conteúdo de fibras insolúveis e frutanos. O trigo integral, cevada, centeio e aveia contêm diferentes tipos de fibras fermentáveis.

O trigo integral contém frutanos, especialmente inulina, que são prebióticos benéficos mas altamente fermentáveis. Pães integrais, massas integrais e cereais matinais à base de trigo podem causar gases em pessoas sensíveis. A quantidade de frutanos varia conforme o processamento e o tipo de grão.

A cevada é particularmente rica em beta-glucanas, fibras solúveis que, embora benéficas para reduzir colesterol, são intensamente fermentadas pelas bactérias intestinais. Produtos como cevadinha pérola e suplementos de fibra de cevada podem ser especialmente problemáticos.

A aveia, embora geralmente bem tolerada, pode causar gases quando consumida em grandes quantidades devido às beta-glucanas. O farelo de aveia é mais problemático que a aveia integral devido à concentração de fibras.

Estratégias para consumo de cereais integrais:

  • Introdução gradual na dieta (começar com pequenas porções)
  • Preferir versões bem cozidas e processadas
  • Combinar com probióticos para melhorar fermentação
  • Aumentar hidratação proporcional ao consumo de fibras
  • Escolher cereais com menor conteúdo de frutanos
  • Processos como fermentação (pães fermentados naturalmente) podem reduzir frutanos

Cereais com menor potencial gasogênico:

  • Arroz integral (fibras menos fermentáveis)
  • Quinoa (proteína completa, fibras moderadas)
  • Amaranto (fibras bem toleradas)
  • Milho (menos frutanos que trigo)
  • Trigo sarraceno (livre de glúten e frutanos)

6. Cebolas: frutanos concentrados

As cebolas são uma das fontes mais concentradas de frutanos na dieta, contendo 2-6g destes oligossacarídeos por 100g, dependendo da variedade e forma de preparo. Os frutanos são cadeias de frutose que não podem ser digeridas pelas enzimas humanas, chegando intactas ao cólon para fermentação.

Cebolas cruas são mais problemáticas que cebolas cozidas, pois o calor pode quebrar parcialmente os frutanos. Cebolas roxas tendem a ter maior concentração de frutanos que cebolas brancas ou amarelas. O processo de caramelização (cozimento longo e lento) pode reduzir significativamente o conteúdo de frutanos.

Cebolinhas verdes têm concentração variável de frutanos dependendo da parte consumida. A parte branca (bulbo) é rica em frutanos, enquanto as folhas verdes contêm quantidades menores, tornando-se uma alternativa para pessoas muito sensíveis.

A cebola em pó e desidratada pode concentrar os frutanos, tornando-se ainda mais problemática. Sopas e caldos que ficaram muito tempo cozinhando com cebolas podem concentrar estes compostos no líquido.

Alternativas com menor teor de frutanos:

  • Cebolinha verde (apenas as folhas)
  • Alho-poró (parte verde)
  • Erva-doce (sabor similar, menos frutanos)
  • Aipo (textura similar quando refogado)
  • Gengibre (sabor diferente mas aromático)

Métodos de preparo que reduzem frutanos:

  • Cozimento prolongado (caramelização)
  • Remoção após dar sabor aos pratos
  • Uso de óleos aromatizados com cebola
  • Fermentação (cebolas em conserva bem fermentadas)
  • Combinação com especiarias carminativas

7. Alho: compostos sulfurados intensos

O alho contém não apenas frutanos como as cebolas, mas também compostos sulfurados únicos como alicina e seus derivados, que contribuem tanto para o potencial gasogênico quanto para o odor característico dos gases produzidos. Estes compostos são liberados quando o alho é cortado ou esmagado.

O alho cru é mais problemático que o cozido, pois mantém maior concentração de compostos ativos. Uma fração significativa destes compostos é absorvida e pode ser detectada no hálito e até mesmo no suor, indicando sua potência e biodisponibilidade.

Diferentes formas de alho têm potenciais gasogênicos variados. Alho em pó pode ser menos problemático que alho fresco devido ao processamento. Alho negro (fermentado) tem perfil diferente de compostos e pode ser melhor tolerado por algumas pessoas.

A quantidade consumida é crucial - pequenas quantidades para tempero podem não causar problemas, enquanto preparações com muito alho (como molho de alho) podem ser intensamente gasogênicas.

Formas de alho por potencial gasogênico:

Maior potencial:

  • Alho cru esmagado
  • Molhos concentrados de alho
  • Alho em grandes quantidades

Potencial moderado:

  • Alho refogado
  • Alho assado
  • Alho em conserva

Menor potencial:

  • Alho em pó (pequenas quantidades)
  • Óleo de alho (compostos parcialmente removidos)
  • Alho negro fermentado

Estratégias para reduzir problemas com alho:

  • Remover o germe central (parte mais concentrada)
  • Cozinhar completamente antes do consumo
  • Usar em pequenas quantidades como tempero
  • Combinar com especiarias digestivas
  • Escolher variedades mais suaves

8. Bebidas carbonatadas: CO2 direto no sistema

As bebidas carbonatadas representam uma categoria única de alimentos que causam gases, pois introduzem dióxido de carbono diretamente no sistema digestivo. Diferentemente dos gases produzidos por fermentação, o CO2 das bebidas é absorvido rapidamente ou eliminado como arrotos e flatulência.

Refrigerantes podem conter 3-4 volumes de CO2 por volume de líquido, representando quantidade significativa de gás. Águas com gás, embora mais naturais, também introduzem CO2 substancial. A temperatura da bebida influencia a liberação de gás - bebidas geladas retêm mais CO2 que mornas.

O timing do consumo é importante. Beber durante refeições pode intensificar o desconforto, pois o CO2 se mistura com alimentos em digestão. O volume consumido também é crucial - pequenos goles são melhor tolerados que grandes quantidades.

Pessoas com síndrome do intestino irritável ou refluxo gastroesofágico são particularmente sensíveis ao CO2 adicional, que pode distender o estômago e intensificar sintomas.

Fatores que influenciam o impacto do CO2:

  • Volume consumido de uma só vez
  • Temperatura da bebida (geladas retêm mais gás)
  • Velocidade de consumo
  • Consumo junto com alimentos
  • Sensibilidade individual ao CO2
  • Presença de outros ingredientes gasogênicos (açúcares, adoçantes)

Alternativas com menor impacto gasoso:

  • Águas saborizadas sem gás
  • Sucos naturais sem adição de CO2
  • Chás gelados
  • Águas com infusão de frutas
  • Bebidas à temperatura ambiente (liberam gás mais rapidamente)

9. Adoçantes artificiais: fermentação inesperada

Os adoçantes artificiais, especialmente os álcoois de açúcar como sorbitol, manitol, xilitol e eritritol, podem causar gases intensos devido à sua má absorção no intestino delgado. Estes compostos chegam ao cólon em grandes quantidades, onde são fermentados pelas bactérias residentes.

O sorbitol é encontrado naturalmente em algumas frutas (maçãs, peras) mas também é amplamente usado em produtos diet e sem açúcar. Doses superiores a 10-20g podem causar desconforto significativo, sendo que muitos produtos contêm quantidades próximas a esses limites.

O xilitol, popular em gomas de mascar sem açúcar, pode ser especialmente problemático. Além de gases, pode causar diarreia osmótica em doses elevadas. O manitol, usado em medicamentos e alimentos dietéticos, tem efeito similar.

O eritritol é geralmente melhor tolerado que outros álcoois de açúcar, pois cerca de 90% é absorvido no intestino delgado, chegando menos quantidade ao cólon para fermentação.

Álcoois de açúcar por tolerância:

Menor tolerância (mais gases):

  • Sorbitol: gases intensos a partir de 10g
  • Manitol: efeitos laxativos e gases
  • Lactitol: fermentação intensa

Tolerância moderada:

  • Xilitol: bem tolerado até 15-20g/dia
  • Isomalt: efeitos moderados

Melhor tolerância:

  • Eritritol: bem tolerado até 50g/dia
  • Stevia: não causa gases (não é álcool de açúcar)

Produtos comuns com álcoois de açúcar:

  • Gomas de mascar sem açúcar
  • Balas dietéticas
  • Chocolates diet
  • Medicamentos (especialmente xaropes)
  • Produtos de panificação sem açúcar
  • Suplementos em pó

10. Alimentos ricos em amido: fermentação lenta

Alimentos amiláceos como batatas, milho, massas e arroz podem causar gases devido ao amido resistente - uma fração do amido que não é digerida no intestino delgado e fermentada no cólon. A quantidade de amido resistente varia conforme o tipo de alimento e forma de preparo.

Batatas cozidas e resfriadas desenvolvem mais amido resistente que batatas quentes recém-cozidas. Este processo, chamado retrogradação, torna parte do amido não digestível, criando substrato para fermentação bacteriana. Batata-doce geralmente causa menos gases que batata comum.

O milho contém amido resistente naturalmente, especialmente nas variedades mais duras. Pipoca pode ser particularmente gasogênica devido à concentração de amido e à forma como é processada no sistema digestivo.

Massas al dente contêm mais amido resistente que massas bem cozidas. Massas resfriadas (como em saladas) também desenvolvem amido resistente. Arroz parboilizado pode ter maior conteúdo de amido resistente que arroz branco comum.

Estratégias para reduzir gases de alimentos amiláceos:

  • Cozinhar completamente (especialmente batatas)
  • Consumir preferencialmente quentes
  • Combinar com enzimas digestivas
  • Mastigar bem para melhorar digestão inicial
  • Evitar grandes quantidades de uma só vez
  • Preferir variedades com menor amido resistente

Alimentos amiláceos por potencial gasogênico:

Maior potencial:

  • Batatas resfriadas
  • Milho (especialmente pipoca)
  • Massas al dente resfriadas
  • Pães de fermentação rápida

Potencial moderado:

  • Batatas quentes recém-cozidas
  • Arroz parboilizado
  • Massas bem cozidas
  • Mandioca cozida

Menor potencial:

  • Arroz branco bem cozido
  • Batata-doce
  • Polenta bem cozida
  • Tapioca

Estratégias gerais para reduzir gases

Implementar estratégias para reduzir gases pode fazer a diferença entre uma digestão confortável e desconforto significativo, sem necessariamente eliminar alimentos nutritivos da dieta. A abordagem deve ser individualizada, considerando tolerâncias pessoais e objetivos nutricionais.

Introdução gradual é fundamental para alimentos ricos em fibras. Aumentar o consumo de vegetais crucíferos ou leguminosas drasticamente pode sobrecarregar o sistema digestivo. O ideal é começar com porções pequenas e aumentar gradualmente ao longo de 2-3 semanas.

A combinação de alimentos pode reduzir gases. Consumir proteínas magras ou gorduras saudáveis junto com alimentos gasogênicos pode retardar o trânsito intestinal e reduzir a fermentação. Especiarias carminativas como gengibre, cominho, erva-doce e hortelã têm propriedades anti-gasosas.

Métodos de preparo são cruciais. Deixar leguminosas de molho, cozinhar vegetais completamente, fermentar alimentos apropriadamente e usar temperos específicos pode reduzir significativamente o potencial gasogênico.

Técnicas de mastigação e alimentação:

  • Mastigar cada porção 20-30 vezes
  • Comer devagar, sem pressa
  • Evitar conversas durante mastigação
  • Não beber líquidos em excesso durante refeições
  • Fazer refeições em ambiente calmo
  • Evitar gomas de mascar (aumentam deglutição de ar)

Hidratação estratégica:

  • Beber 30-45 minutos antes das refeições
  • Consumir água morna ou temperatura ambiente
  • Evitar bebidas geladas em excesso
  • Aumentar hidratação proporcionalmente ao consumo de fibras
  • Chás digestivos após refeições (camomila, erva-doce)

Suplementação útil:

  • Enzimas digestivas (alfa-galactosidase para leguminosas)
  • Probióticos para melhorar microbiota
  • Lactase para intolerantes à lactose
  • Carvão ativado (ocasionalmente, não regularmente)
  • Dimeticona (simeticona) para alívio de gases acumulados

Quando buscar orientação médica

Embora a produção de gases seja normal, certas situações requerem avaliação médica profissional. Gases excessivos podem indicar problemas digestivos subjacentes que necessitam tratamento específico.

Sintomas que justificam consulta médica:

  • Gases excessivos que interferem nas atividades diárias
  • Dor abdominal intensa acompanhando gases
  • Mudanças súbitas no padrão de gases
  • Sangue nas fezes ou gases com odor muito forte persistente
  • Perda de peso inexplicada junto com problemas digestivos
  • Constipação ou diarreia crônicas
  • Inchaço abdominal severo e persistente

Condições que podem causar gases excessivos:

  • Síndrome do intestino irritável (SII)
  • Doença inflamatória intestinal
  • Supercrescimento bacteriano no intestino delgado (SIBO)
  • Intolerâncias alimentares não diagnosticadas
  • Doença celíaca
  • Insuficiência pancreática
  • Obstruções intestinais parciais

Um profissional pode realizar testes específicos como teste de hidrogênio expirado, exames de fezes, endoscopias ou testes de intolerância alimentar para identificar causas subjacentes.

Abordagem profissional pode incluir:

  • Dieta de eliminação supervisionada
  • Testes de intolerâncias específicas
  • Prescrição de enzimas digestivas adequadas
  • Tratamento de disbiose intestinal
  • Orientação nutricional personalizada
  • Medicamentos específicos quando necessário

A produção de gases é uma função digestiva normal que pode ser influenciada significativamente pela escolha e preparo dos alimentos. Conhecer os 10 alimentos que mais causam gases - leguminosas, vegetais crucíferos, frutas ricas em frutose, laticínios, cereais integrais, cebolas, alho, bebidas carbonatadas, adoçantes artificiais e alimentos amiláceos - permite fazer escolhas mais informadas. Com estratégias adequadas de preparo, combinação e consumo gradual, é possível manter uma alimentação nutritiva minimizando o desconforto digestivo.

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